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Como planejar sua carreira

9 de maio de 2020

6 insights pra te ajudar a planejar o seu futuro


Tempo de leitura: 10min


Em 2010 eu tinha 17 anos e fui aprovada no vestibular de Medicina. Ao mesmo tempo, fui aprovada no vestibular de Psicologia. Eu nunca quis ser médica, mas como tinha boas notas, fazia anos que me diziam para fazer Medicina. Todo mundo me dizia isso. Meus pais. Meus professores. O cara desconhecido na minha frente na fila do supermercado. Eu literalmente sofri a maior pressão da minha vida, vinda de todos os lados. Todo mundo tinha opinião para dar sobre qual deveria ser meu percurso profissional.

Contrariando a muitos, eu não fiz Medicina. E hoje, trabalhando há 4 anos como psicóloga e orientadora profissional, vejo que as pessoas ainda opinam com frequência sobre qual deve ser o percurso de alguém, mas vejo que essas mesmas pessoas têm muita dificuldade de tomar decisões sobre o seu próprio percurso profissional. E hoje eu quero falar para pessoas assim, que às vezes ficam perdidas, sem saber qual deve ser o próximo passo. Porque realmente não sabemos como fazer escolhas desse tipo na nossa própria vida, eu reconheço isso.

Na verdade, eu conheço muita gente que se pergunta: escolho essa profissão porque tá em alta ou escolho essa outra que é a minha cara? Trabalho nessa empresa ou arrisco um negócio próprio? Me ofereço para participar desse projeto ou fico na minha? Mas, afinal, quais são as oportunidades que eu devo aproveitar? Será que eu tô no lugar certo? Aonde é que eu quero chegar? Onde será que esse trabalho vai dar?

Num mundo onde não sabemos decidir, faz sentido que um monte de gente fique dando opinião: nós estamos pedindo por isso! Estamos sedentos de alguém que nos diga o que fazer, por onde ir, como arriscar. Porque realmente tem riscos envolvidos nessa história. Eu, por exemplo, corri o risco de o mercado de Psicologia estar saturado a ponto de não conseguir me absorver como profissional. Então é muito mais fácil se formos por um caminho que outra pessoa escolheu por nós. “Se der errado, a culpa não é minha, é de outra pessoa que disse para eu vir por aqui”.

Mas se já era difícil vivermos sem saber como fazer escolhas antes, nesse mundo complexo aqui vai ser ainda mais difícil! Fazer escolhas, principalmente as profissionais, vai ser a nossa tarefa diária. Então temos que preencher essa lacuna, e isso tem que ser feito já! O pesquisador George Loewenstein diz que o ser humano tem curiosidade quando sente uma lacuna no seu conhecimento, porque lacunas são dolorosas. Quando queremos saber alguma coisa que ainda não sabemos, é como sentir uma coceira que precisamos coçar. 

No Instituto Viae descomplicamos escolhas profissionais. Como? Do jeito mais óbvio possível: abrindo o jogo, falando sobre o problema, fazendo surgir insights em escolhedores. Então, como estou diante de um escolhedor, vou acender SEIS insights em você, na tentativa de aliviar algumas das suas coceiras.

1# Primeiro de tudo: não dá para fazer o mesmo e esperar resultados diferentes. Você já deve ter ouvido isso. Não dá para continuarmos deixando que outros escolham por nós e nos sentirmos senhores da nossa própria vida. Não vai rolar. Para que você construa o seu futuro, você tem que sujar as mãos. A satisfação profissional só vai crescer aí dentro se você exercer a jardinagem em você mesmo. É você quem planta, é você quem cuida. E com isso eu quero dizer que você vai ter que se responsabilizar pelas escolhas que faz, bancar a escolha, lidar com as consequências. Porque é assim que a planta cresce e fica forte, é assim que nós crescemos e ficamos fortes.

2# E pensando na beleza das plantas, vou para o segundo insight. Todos os dias somos incentivados a ajeitar a nossa aparência, cuidar do nosso exterior, postar o nosso corpo e nossas experiências. Então preciso dizer que não é cultivando o externo que descobrimos qual é a nossa paixão. Pra descobrir qual é a marca que você quer deixar no mundo, você precisa de autoconhecimento, vai ter que olhar para o interior, para o que você tem dentro. Tem uma voz dentro de você que diz tanto o que você quer quanto quais são os seus limites. Seja um perseguidor dessa voz. Todos os dias você vai ter que dar tudo de si para ouvi-la, porque você vai mudar com o tempo, e aí ela vai mudando também.

3# Falando no tempo, se pensarmos na nossa época de escola, vamos para o terceiro insight. Na escola só é apresentado pra gente alguns poucos milímetros dos muitos quilômetros que existem no mundo. Temos algumas disciplinas, mas aquele não é todo o conhecimento sobre o mundo. Então precisamos explorar! Temos hoje no Brasil mais de 300 cursos profissionalizantes, então temos muito mais do que 300 profissões. Mas por que será que na nossa mente ficam circulando apenas umas 5 ou 6 possibilidades profissionais? Por falta de pesquisa. Porque não temos sido bons exploradores. Então eu preciso te dizer: não deixe que a preguiça escreva a sua história. Pesquise possibilidades, vá atrás das oportunidades, desvende caminhos, se conecte com pessoas que te ensinam o que você ainda não sabe.

4# Outra coisa que precisamos aprender é a nos planejar, e esse é o quarto insight. Precisamos fazer algum tipo de planejamento profissional, mesmo que seja minúsculo. Um planejamento minúsculo já é melhor que planejamento nenhum. Quando você faz uma viagem sem investigar sobre o destino e sem nenhum tipo de roteiro, você pode até sentir aquele ar de aventureiro, mas suas chances de se decepcionar quando chegar lá são maiores e você pode não conseguir visitar os lugares que sempre sonhou em conhecer. Ainda tem outro risco. Se essa viagem for feita de avião, pode ser que você nunca chegue ao destino, pois não sabia em quais lugares do trajeto precisava fazer conexão.

De nada adiantaria eu só saber que eu queria cursar Psicologia na UFU em 2011. Decidir isso não faria de mim uma psicóloga. Eu precisava ainda trilhar um caminho, passar por alguns degraus, fazer conexões, então tive que me planejar para ir de um ponto a outro. Faça suas escolhas, mas entenda que você também tem que planejar como torná-las viável.

5# Muitas pessoas tem dificuldade de se planejar e podem ter ficado incomodadas com o que eu acabei de dizer. Mas o quinto insight é uma reviravolta. Você vai descobrir que não dá para planejar tudo. Eu já disse que você vai mudar com o tempo e com as experiências que tiver. Também estamos aqui falando que o mundo está mudando. Por isso, treine para ser flexível até o último dia da sua vida. As profissões vão precisar de profissionais cada vez mais flexíveis, que saibam improvisar. Ouvi recentemente o Márcio Ballas dizendo que improvisar não é fazer gambiarra, fazer de qualquer jeito. Improvisar é conseguir dar uma resposta criativa para uma situação que fugiu do nosso planejado. Então ser flexível é exercitar a criatividade. Criativos todos nós somos (afinal, um dia já fomos crianças, que são puramente criativas), então é questão de reacender essa chama.

6# Agora eu preciso contar um segredo, e com isso vou para o sexto insight. Tenho visto muita gente que acredita que encontrar o curso, a profissão ou o trabalho certo significa nunca mais sofrer. E essa crença me desespera, porque isso não existe. Ser feliz profissionalmente não é só fazer o que a gente gosta de fazer. Ser feliz profissionalmente é sentir que ainda faz sentido fazer o que você faz, porque a parte boa ainda é bem maior que a parte ruim.

Eu gosto de colaborar para diminuir o sofrimento na vida das pessoas, mas não gosto de ver que algumas pessoas têm dificuldade de se aproximar de mim, porque pensam que psicólogos sabem adivinhar pensamentos. Eu gosto de descobrir como a mente funcionam, mas não gosto de fazer a gestão financeira do meu negócio. Eu não gosto de muitas coisas que eu tenho que fazer, mas esse ainda é o trabalho que faz sentido para mim. Então não espere que a sua profissão seja imune a problemas, porque isso ela não pode ser.

7# E isso me faz pensar em outra coisa, um insight bônus: além de não ser perfeita, sua profissão não é uma sentença. Se fazemos uma escolha e depois de um tempo aquilo não faz mais sentido pra gente, podemos escolher outras coisas. As pessoas dizem que é feio “mudar de escolha”, que isso prova que a gente errou, que não fizemos a tarefa direito. As pessoas também dizem que perdemos tempo quando “mudamos de escolha”. Olha, eu preciso dizer que “mudar de escolha” é uma expressão que nem faz sentido. Ninguém muda de escolha. O que acontece é que fazemos uma escolha, avaliamos a experiência, e, se quisermos, fazemos OUTRA escolha. Mas não dá pra voltar e mudar uma escolha do passado. A vida é esse ciclo de escolher, avaliar, escolher outra coisa, avaliar, escolher outra coisa, avaliar. E o jeito certo de fazer isso é sendo corajoso para mudar a rota sempre que sentir necessidade.

Esses insights não formam uma sequência de passos. Eles são poderosos até mesmo individualmente, então você pode se aproximar deles da forma que preferir. Lá atrás, eu consegui defender pra minha família e pros meus amigos que eu faria Psicologia e não medicina utilizando esses insights. E na época eu nem sabia que viria a trabalhar justamente com essa temática, ajudando outras pessoas a fazerem escolhas conscientes. Aliás, eu gostaria que vocês pudesse levar esses insigths com vocês, então preparamos um ebook com essas e outras dicas que você pode baixar aqui.
Como fazer escolha profissional

Espero que esse ebook facilite escolhas. E espero que todos nós sejamos cada cada dia mais corajosos, para nos conhecermos mais profundamente. Para aproveitarmos a viagem. Para sujarmos as nossas mãos na construção do bom futuro que queremos.
Isis Graziele da Silva | CRP 06/142189

Psicóloga e orientadora profissional. Escolheu psicologia porque queria desvendar crimes. Mestre em Psicologia, especialista em Psicologia Jurídica. Tem experiência em consultório e cursinho pré-vestibular. Co-autora de "Pré-vestibular: práticas para psicólogos" e autora de "Porque fazemos selfies".

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