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O que te atrapalha nos estudos
1 de junho de 2020
Um papo sobre CRENÇAS
Tempo de leitura: 6min
Na Psicologia existem diversas abordagens terapêuticas, e uma delas é a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Essa abordagem tem três pilares:
- Nossos pensamentos afetam nosso humor e comportamentos
- Nossos pensamento podem ser monitorados e alterados
- Podemos fazer mudanças no nosso humor e comportamento por meio de mudanças no nosso pensamento
Imagine que diante de uma situação de estudos você comece a ter pensamentos do tipo “Não vou conseguir” ou “Isso não é para mim”. Esse pensamento traz uma consequência, como a sensação de medo, de tristeza ou frustração. Em seguida, pode ser que você perca totalmente a vontade de estudar e que o desânimo bata na porta. E aí, se identificou?
Pra mudar nossa forma de pensar e facilitar os estudos, precisamos falar sobre as nossas crenças e os nossos pensamentos automáticos.
Crenças
são ideias e percepções de uma pessoa, consideradas por ela absolutas e verdadeiras. As crenças são formadas a partir da visão que a pessoa tem de si e do mundo, e é através delas que olhamos para todas as situações da nossa vidas. Elas se originam de muitas fontes, como a nossa educação, exemplos de pessoas importantes em nossas vidas, traumas passados, experiências repetidas e também na cultura em que vivemos. A medida em que vamos estabelecendo nossas crenças, também começarmos a adquirir diferentes níveis de pensamento que podem formar ciclos viciosos de comportamento. Por exemplo, se você tiver uma crença de fracasso (“Sou inútil”, “Não faço nada direito”, “Nada que faço vai dar certo"), provavelmente isso influenciará o modo que você se dedica e se engaja em certas atividades. Afinal de contas, pra que se esforçar quando você tem certeza que não vai dar certo? Porém, a probabilidade de você alcançar seus objetivos será mais distante, e esse quadro poderá reforçar as suas crenças de fracasso.
Já os pensamentos automáticos
são aqueles que surgem em nossa mente sem nos darmos conta. Se pararmos pra observar, somos bombardeados por centenas de pensamentos ao longo do dia, e eles ocorrem de forma involuntária e na maioria das vezes automática, já que nem percebemos. Porém, boa parte desses pensamentos podem ser exagerados e não tem nada a ver com o que estamos fazendo, inclusive podendo se tornar disfuncionais, ou seja, distorcidos de acordo com a realidade. Identificar esses pensamentos pode ser muito útil pra mudá-los e, assim, mudar a nossa vida.
Separamos 3 dicas que vão te ajudar a modificar seus pensamentos e melhorar sua rotina de estudos:
1#
Identifique os seus pensamentos: quando colocamos no papel o que estamos pensando, é possível entender o que podemos modificar. Afinal, pensamentos não são fatos, são interpretações da realidade. Fique atento a esse exercício ABC:
A significa o gatilho ou situação ativadora, ou seja, tudo aquilo que pode desencadear o pensamento. Por exemplo, imagine que a situação ativadora é quando você vai para a aula ou quando você começa a estudar.
B representam situações ou emoções que ocorrem após esse gatilho. Pode ser que apareçam pensamentos como “Será que eu sou competente?” ou “Será que eu realmente sou capaz de estudar?”, junto com emoções de frustração e medo.
C significa as consequências, ou seja, tudo aquilo que decorre deste pensamento. Você pode pensar “Acho que eu não sou tão bom estudante”, “Essa matéria é muito difícil” e, como consequência, você pode ficar mais desmotivado e prestar menos atenção na matéria.
2#
Questione suas crenças: após identificar os seus pensamentos automáticos é importante que você possa aprender as técnicas de como questioná-los e modificados. Pra isso, é importante compreender que os nossos pensamentos não são fatos, mas sim interpretações da realidade. Ou seja: você não É incapaz de aprender, você está INTERPRETANDO que é incapaz de aprender.
Isso pode te ajudar a questionar os pensamentos e as suas distorções cognitivas sempre que surgirem. Por exemplo, pode ser que quando você estiver estudando aquela matéria super difícil,você comece a se senti desmotivado e frustrado por causa dos seus erros, e aí os pensamentos automáticos podem surgir: “Eu não sou capaz de resolver isso e nunca vou conseguir” ou “Essa matéria é muito difícil para mim”. Realmente, parte dessas interpretações é verdadeira, porque talvez aquele assunto não seja tão simples pra você. Porém, é necessário que você possa compreender que aquilo não é uma verdade absoluta, questionando suas crenças, e pode se lembrar que, mesmo que não seja a sua matéria favorita, você pode desenvolver habilidades pra melhorar o seu desempenho nela.
3#
Encontre alternativas: algo muito importante nesse momento é que você possa encontrar respostas. Muitas vezes, diante de crenças equivocadas, nós paralisamos e nos encontramos em uma situação de frustração e ansiedade. Porém, ao questionar seus pensamentos e perceber que muitas vezes eles não são totalmente verdadeiros, você também poderá encontrar caminhos alternativos pra pensar diferente.
Por exemplo, caso você não esteja conseguindo melhorar o seu desempenho em relação a uma prova de vestibular, é possível que você busque algumas soluções, dentre elas treinar questões de provas, fazer exercícios mais difíceis, realizar simulados, pedir ajuda a um professor ou especialista, participar de plantões de estudo, dentre outras. Tais recursos, associados à repetição e recompensas diárias, poderão ajudar muito a melhorar suas crenças sobre estudo!
Quer ajudar pra organizar seus estudos? Dá pra
conversar com um psicólogo da nossa equipe! Aqui no
Instituto Viae
temos especialistas que ajudam no cuidado emocional, na escolha profissional e na organização dos estudos. Por isso, você pode contar com a gente: estamos a disposição pra contribuir com os seus estudos ou para o desenvolvimento dos seus filhos!
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Ananda Sierra Gama | CRP 06/141500
Psicóloga e orientadora profissional. É especialista em Orientação de Estudos. Tem experiência em consultório, cursinhos pré-vestibular e ações sociais. Conhece todos os novos apps e ferramentas que podem ser úteis na vida.
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